domingo, 28 de dezembro de 2008

Quintanices II

"O encanto das viagens está na própria viagem: a partida e a chegada são meras interrupções num velho sonho atávico de nomadismo"

sábado, 27 de dezembro de 2008

É Quintana???

Muitas ocasiões apercebemo-nos da falta de espaço em nosso redor
É necessário alargar os horizontes
Quebrar os limites que nos delimitam os movimentos físicos
Ir para além das suas fronteiras
O ser humano precisa de espaço
Para respirar
Para existir.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

A sabedoria que eu procuro,

"O DIABO é que misturamos tudo, trocamos as bolas e desejamos que a vida seja uma coisa arrumada como as antigas farmácias homeopáticas, uma porção de vidrinhos rotulados para cada caso específico, "alium sativum" para os resfriados, extrato de beladona para os males hepáticos, tudo tem remédio e tudo vale a pena, mesmo que, ao contrário do poeta, a alma seja pequena. A realidade de cada ano, somada à realidade de todos os outros anos, destaca que o importante é a vida em si, a capacidade de sentir o sol sobre a pele, viver a esperança de cada manhã e a resignação de cada tarde. Se abrirmos o jornal, tomamos conhecimento da sordidez do mundo, na qual colaboramos de alguma forma, mas não da vida.
Nisso está a sabedoria e a paz: diferenciar o mundo, separando-o da vida. "

Carlos Heitor Cony

Quintanices...

Atravessar de um ano para o outro parece-nos uma espécie de corrida. Chega-se daquele jeito que bem sabemos, mas com uma careta de triunfo na face..."

Mario Quintana

Quem inventou essa Prosperidade?

Acho Cony um pouco desesperançoso, cético com tudo. Não recomendo a leitura dele sem uma outra literatura para balancear. mas o cara tá velho, viu de quase tudo nessa vida, não é bom ignora-lo, e aqui segue um trecho da sua crônica publicada no dia de hoje para a Folha de São Paulo.


"O ANO podia ter sido pior -aliás, tudo nesta vida e na outra podia ser pior.Sempre impliquei com o lugar-comum que obriga a humanidade a maldizer o ano que passou e a bajular o ano que chega, desejando-o próspero. A verdade é que todos os anos que já maldizemos, íntima ou publicamente, todos os anos que ficamos aflitos em vê-los para trás, todos esses anos - repito - foram prósperos no início e acabaram malditos, como os demais. Quem inventou essa prosperidade?"

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O que é...

O que é o celular, ou o que são as relações humanas na pós-modernidade
por Zygmunt Bauman

Uma mensagem brilha na tela em busca de outra. Seus dedos estão sempre ocupados: você pressiona as teclas, digitando novos números para responder às chamadas ou compondo suas próprias mensagens. Você permanece conectado – mesmo estando em constante movimento, e ainda que os remetentes ou destinatários invisíveis das mensagens recebidas e enviadas também estejam em movimento, cada qual seguindo suas próprias trajetórias. Os celulares são para pessoas em movimento.

Você nunca perde de vista o seu celular. Sua roupa de jogging tem um bolso especial para ele, e você nunca sai com aquele bolso vazio, da mesma forma que não vai correr sem seu tênis. Na verdade, você não iria a nenhum lugar sem o celular ('nenhum lugar' é, afinal, o espaço sem um celular, com um celular fora de área ou sem bateria). Estando com seu celular, você nunca está fora ou longe. Encontra-se sempre dentro – mas jamais trancado em um lugar. Encasulado numa teia de chamadas e mensagens, você está invulnerável. As pessoas ao seu redor não podem rejeitá-lo e, mesmo que tentassem, nada do que realmente importa iria mudar.

Zygmunt Bauman,
Amor Liquido:
Sobre a fragilidade dos laços humanas, p. 78

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

De como as avós inventaram a civilização

A linguagem, a confecção de ferramentas e uma sofisticada capacidade cognitiva são características que distinguem os seres humanos de seus ancestrais primatas, porém é possível que nenhum desses traços teria evoluído não fosse o desenvolvimento de outro traço peculiar à raça humana: a menopausa.


De acordo com Lawrence Shaw, diretor do Centro de Fertilidade, Ginecologia e Genética London Bridge, a menopausa gerou as avós, e avós implicam em cuidado diário e nutrição extra para os exigentes bebês humanos.


O declínio na fertilidade, argumenta Shaw, é a verdadeira vantagem evolucionária da menopausa. Em sociedades primitivas, mulheres que não são mais capazes de ter filhos têm mais tempo para servirem de babá e saírem em busca de comida.


“A avó investe na segunda geração de sua própria linhagem. Nenhum outro primata, e certamente nenhum primata superior, demonstra essa consistência”.


Todos os outros primatas sofrem o que se chama dispêndio somático: são capazes de se reproduzirem até morrerem.


Lydia Fong, Why Do Grandmas Exist?



prosado no http://www.baciadasalmas.com/

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Sobre os atos morais de ontem...

"Os atos morais não estão no mesmo plano dos atos políticos. Eles não levam a um regime melhor, mas encarnam uma dimensão da existência que não é menos essencial. Tornam o individuo melhor e contribuem para a felicidade de todos e uma maneira finalmente mais positiva que apenas a eliminação das ameaças exteriores. Realizam aquilo que o melhor regime político apenas torna possível, mas nunca pode engendrar; um excedente de humanidade."


Em Face do Extremo Tzvetan Todorov
Livro em que o autor fala dos campos de concentração

Agora um video prosado no Pava

Vídeo de uma campanha feita no ano passado (2007), mas com uma mensagem sempre atual. Pior do que isso só mesmo a exigência de um bom comportamento feita por pessoas que dão exemplos como esses. Isso sim é preparar para o fracasso.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

“Esse mundo tem jeito sim!”

“Esse mundo tem jeito sim!” Penso eu algumas vezes.

Falo menos de um modo geral e literal e mais de uma maneira figurativa, quero mais dizer que as relações humanas podem, poderiam e deveriam ser melhores. Voltei a pensar nisso quando fui alvo da bondade de um desconhecido, coisa simples, mas importante para me fazer pensar em solidariedade e cuidado.

Corro em direção ao ponto de ônibus para tentar pegar o ônibus que já chegava ao ponto. Não ia chegar a tempo, mas esperava que alguém no ônibus descesse no ponto ou alguém do ponto desse sinal para entrar no ônibus, ai sim eu entraria no ônibus. Do ponto de ônibus um jovem de muleta dá sinal, o ônibus pára com a porta em frente a ele. Eu, esbaforido, chego à porta e me ofereço para ajudá-lo a subir, já que me observava na minha carreira até o ponto pensei que quisesse ajuda para subir no ônibus.

Então ele diz:

- "Não, Eu dei o sinal pra você, eu te vi correndo e apressado."

Já na escada do ônibus agradeci e com o ônibus em movimento pus a pensar que atos de solidariedade melhoram a vida e podem deixar mais harmoniosa as relações humanas.

O ato me fez lembrar o livro de Todorov “Em Face do Extremo” em que ele discursa sobre solidariedade e cuidado entre os prisioneiros dos campos de concentração. Amanhã postarei trechos do livro sobre a solidariedade.

O que é o pecado

O que é o pecado?

É muito importante compreender o que é o pecado.
O pecado não é, em primeiro lugar, transgressão da lei.
É isso, mas não em primeiro lugar.
Toda a Sagrada Escritura, e em especial os Evangelhos e as epístolas de São Paulo dizem-no muito claramente.

Pecar é virar as costas a Jesus, deixar de ter confiança n´Ele,
não acreditar nas suas promessas e na sua palavra,
duvidar da sua aliançae não continuar a alimentar-se da sua presença.
Pecar é desligarmo-nos da vida de Jesus,deixar de viver em comunhão com Ele,
recusar o seu corpo e o seu sangue,
rejeitar a sua palavra

É evidente que se vai então transgredir a lei,
transgredir todas as leis.

Jean Vanier, em “A Fonte das Lágrimas”.

Prosado em http://amandoaoproximo.blogspot.com