domingo, 22 de agosto de 2010

sobre as relações que desafiam o tempo

Um amigo me disse isso e Rubem Alves confirma com Nietzsche e Sherazade.

Para começar, uma afirmação de Nietzsche com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: “Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice?” Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sob a arte de conversar.

Sherazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã e terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente e terminam na morte, como no filme “O Império dos Sentidos”. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras, como se fossem música.