terça-feira, 14 de abril de 2009

O mito de Sansão

“...por que Sansão quer repetir seguidamente o sentimento destrutivo que vivenciou algum dia, sentimento que lhe envenenou a vida desde o inicio? Em outras palavras, por que as pessoas retornam, não raro, justamente às experiências destrutivas, e repetem durante toda a vida uma série de relações deformadas e situações de fracasso que despertam os piores e nocivos sentimentos?”
David Grossman in Mel de Leão [O mito de Sansão]

Sempre ouvi a história de Sansão como o herói que é do povo hebreu. Aprendi que seu ato de heroísmo contra os filisteus foi mais uma provisão divina, provisão que se repete no velho testamento e só são um prenuncio maior de que virá o Salvador, o Messias, que alguns ainda esperam e que alguns acreditam que seja Jesus Cristo.



Acredito no Messias, no Cristo que veio para o judeus e para qualquer um que nEle Creia.

Mas aqui quero falar do livro de David Grossman, o Mel de Leão, que faz uma analise do mito de leão que como cristão nunca ouvi. A leitura do livro fez surgir em meu imaginário um novo Sansão, um mais humano,com suas inquietações e incessante buscas por uma identidade, já que uma parece ter sido roubada antes da sua concepção, uma vez que não foi lhe dada alternativa de nada senão de ser o vingador do povo hebreu contra o filisteu.

Grossman faz a interpretação de cada ato e personagem da história de sansão, nos ajudando a compreender mais a história, o seu significado para a sociedade israelense e a influência dela nos dias de hoje em que se vê um conflito com desigualdade descomunal no oriente.

Porque a leitura
Nos ajuda a compreender o personagem bíblico, com sua liberdade de agir, com sua humanidade e os seus mistérios. O autor traz uma interpretação de cada ato de Sansão fazendo com que reflitamos em questões religiosas, filosóficas e do mundo contemporâneo.


trecho

“Mas justamente na existência do Estado de Israel se revela, em épocas conturbadas, uma analogia básica com Sansão e sua força: como no caso Sansão, parece que a força militar de Israel hoje é um bem disponível que se torna um mal;… ser “possuidor de uma força poderosa”, não é na verdade uma inclinação da consciência israelense, não foi assimilada de forma natural no decorrer do desenvolvimento de várias gerações; e talvez também por isso a relação com essa força cuja conquista é acompanhada às vezes de um sentimento de verdadeiro milagre, não raro tende a deturpação."

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